E ai
Brother!! Vou
iniciar meu blog dialogando sobre uma “praga” que tomou conta de
praticamente todas as cidades: A pichação. Irei dar evidência para essa
poluição visual das paredes dos prédios, patrimônios públicos e casas de Santa
Maria/RS, cidade onde moro. Recentemente, o poder público e veículos de
comunicações, lançaram uma campanha:
Tanto a campanha como esse assunto, estão sendo
alvos de diversas opiniões, então aqui irei expressar livremente a minha visão.
Primeiramente quero esclarecer que minha vida é arte, ela que me move,
me sustenta, me fascina. Ingressei na Universidade Federal de Santa Maria, no
curso Desenho e Plástica (hoje Artes Visuais), em 1994, onde me
dediquei em arte mural, realizando vários trabalhos pela cidade e região
sendo o mais notável o mural "Corpo Humano" localizado na fachada do
Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM).
Desde
os primórdios tem-se conhecimento que o homem se expressava por meio de
desenhos escritos, nos rochedos e paredes das cavernas onde habitavam.
Utilizavam-se de ferramentas feitas de ossos, pedras e marfin. Na antiguidade
também se observou, por exemplo, na cidade de Pompéia, após erupção do vulcão
Vesúvio, xingamentos, poesias e propagandas políticas reveladas nos muros,
feitas por meio de fuligem e carvão. A ferramenta utilizada ainda hoje, o spray,
surgiu após a segunda guerra mundial, tornando então, mais ágil esta prática.
Em 1969 estudantes franceses utilizaram o spray para expressar-se contra as
universidades, no mesmo período, foi proferida nos muros de Nova York a cultura
hip-hop. No Brasil, originou-se durante a ditadura militar, utilizada
pelos jovens do movimento estudantil contra o regime.
Atualmente
não são reveladas apenas palavras de desgosto político e social, são também
palavras horrendas, sujeira, pelo simples fato do anarquismo e pelo prazer de
poluir a propriedade alheia. Mas por outro lado, também se observa composições
artísticas fantásticas. Estas práticas são feitas em grupos, ou
individualmente, na maioria das vezes por spray, mas também por tinta líquida
encontrada em galões, "canetões" escolares ou graxa líquida (para
sapatos de couro).
Esse
“poder de expressão” é uma das teorias e explicações da origem da pichação e
grafitagem, sendo ambas intervenções urbanas que visam expor a arte de rua.
Então, qual a diferença entre as duas? PICHAÇÃO X GRAFITE!
Resumindo,
enquanto a pichação faz uso de palavras hostis, símbolos, declarações
agressivas, a grafitagem, por sua vez, demonstra cuidado na composição, nas
cores, verdadeiro comprometimento com a manifestação artística. Vamos analisar
da seguinte forma: alguns anarquistas, por assim dizer, utilizam da pichação,
para revelar seus descontentamentos contra o sistema político, social,
financeiro, escambau... Sujando as paredes dos outros! Aceito manifestar-se, de
maneira ordeira, contra o que qualquer um achar injusto ou que vá de encontro
às suas ideologias. O problema aparece quando se está praticando um crime, pois
esse meio é totalmente ilícito, está violando o patrimônio público e alheio.
Pelo Artigo 65 da Lei dos Crimes Ambientais, número 9.605/98, existente desde
1998, estabelece punição de três meses a um ano de cadeia e pagamento de multa!
Então seu manifestante adepto a pichação, você é um criminoso sim e deve ser
punido como tal! Pode chorar e espernear, não adianta! Quantas pessoas já
apareceram nos jornais locais reclamando que já pintaram suas casas,
estabelecimentos comercias varias vezes durante períodos curtos de tempo. Quem
paga por isso? Essa pessoa tem o direito de não querer saber da sua manifestação,
dos desenhos que você chama de arte, de quem você ama ou apenas dá um rolé...
Talvez ela também se sinta revoltada com a situação atual, com o aumento de
impostos, com sua vida, com os chifres que também possui etc... Mas para ela de
nada acrescenta de bom um ônus de pintura da sua parede a mais no fim do mês.
Vai pichar então a casa da tua mamãezinha, de quem te chifrou ou da tua avó!
Vamos
falar da verdadeira arte urbana? Bom, um trabalho artístico, contratado pelo
proprietário do edifício, dono da parede, responsável pelo patrimônio, deve ser
louvado como arte urbana, seja na forma de um manifesto, ou uma pintura, mesmo
que você não entenda, pois Arte não precisa de entendimento e sim sentimento.
Quero deixar bem claro que concordo com o grafite, mas sendo este aceito por
quem pagou pela posse daqueles tijolos que estão erguidos ali. Seria o mesmo,
que eu, como tatuador, que também é uma prática muitas vezes ainda
descriminalizada pela sociedade, sair buscando aceitação e adeptos fazendo a
minha arte na pele das pessoas que não gostam, não querem elas. Não é assim que
funciona, quem compra minha arte é quem confia no meu trabalho e quer ela na
sua pele.
Também
não gosto de todo o grafite autorizado que vejo, pois gosto é gosto, mas admiro
a dedicação e trabalho para expor aquele trabalho artístico. Alguns apresentam
imagens que favorecem a descontração do dia-a-dia, embelezam o ambiente,
encantam as pessoas. Por exemplo, aquele belo trabalho realizado nos muros do
colégio Olavo Bilac, que aposto aflorar a imaginação, alegrar as crianças e
adultos que passam por ali, entendendo ou não de arte (sendo essa também a
importância: “o sentir”).
O
grafite é considerado uma conduta lícita pela legislação, onde determina não
constituir crime a prática de grafite realizada com objetivo de valorizar o
patrimônio público ou privado mediante manifestação artística, desde que
concedida pelo proprietário.
Nota-se
bem a diferença entre pichação e grafite! Aí me pergunto, “o pixo” (pichação) é
para se auto afirmar? Seria falta de talento? Criatividade? Sinceramente eu não
sei!
Outro ponto que vem sendo bastante discutido é que muitas pessoas, assim
como eu, reclamam e são tratadas com ironia e desprezo por certos, como se
fosse nossa obrigação fornecer os suportes (paredes pintadas, paciência,
aceitação) para um vândalo cometer essas poluições visuais.
Quando
em atos de discordâncias alguns questionam quem são as "pessoas, cidadãos
de bem" da campanha lançada "Santa Maria do bem", pois bem, acho
que está mais que na hora dessa cidade e tantas outras abrirem os olhos e se
manifestar contra essas poluições, se são pessoas do bem ou do mal eu não
sei... Somente não querem e não precisam tolerar mais isso. Já que existe uma
lei e os poderes públicos estão buscando soluções, o que já é difícil no Brasil
e óbvio que Santa Maria se inclui, essa é a hora. Já os
"revocionariozinhos" de internet, que moram com os parentes e ainda
sob seus sustento, porque se acham tão "do bem" a ponto de atacar de
forma imbecil (como todo bom esquerdista gosta de fazer) quem não concorda com
a prática? Para vocês tenho uma dica: vão aprender a trabalhar, pagar seu
sustento e luxos e quem sabe assim dê valor ao proprietário do imóvel atacado
pelo vandalismo! Pois como assim: Eu, que pago minhas contas, trabalho feito
louco, não posso me manifestar, mostrar minha repugnância quanto a essa falta
de cultura? Sim meus amigos comunas, não é nada cultural em nossa atual
sociedade invadir propriedade privada e tomar posse para fazer suas pichações,
nós evoluímos, podemos nos expressar de tantas outras formas, por que então
utilizar a prática dos primórdios que escreviam em paredes porque não haviam
folhas, livros, papéis, internet para contar suas histórias, ou se igualar a
época da ditadura, onde eu não poderia colocar e argumentar termos aos quais
coloquei neste meu texto. Oh! Ser intelectual pensa um pouquinho ai, beleza?
E quem
sabe você pichador não tenta ver com outros olhos esta campanha, que como tudo
não acho que salvará o mundo (pois esse não tem salvação, né evangélicos?), mas
você pode ter paredes dispostas pelo povo para manifestar-se, se expressar,
mostrar sua arte e dizem que poderá ganhar um “troquinho”, ouvi até mesmo falar
em R$15.000,00 (opa!).
Bah,
mas que pena! Claro! Entendi você pichadorzinho não é artista é só um
anarquista!
Para
você grafiteiro, boa sorte! Estarei esperando suas artes para embelezar nossa
cidade!
Concluindo,
na minha opinião, os delinqüentes devem ser presos e pagar as devidas multas
previstas em lei. Os artistas devem ser valorizados. E você "cidadão do
bem" ou um "ser malévolo", pode se manifestar que está tudo
certo, pois não devemos ficar quietos ante a essa invasão do nosso espaço.
Perguntaram-me se eu quero ter minha casa, meu estabelecimento comercial, ou
até mesmo na rua aonde passo, esses rabiscos, palavrões e tudo mais, que vimos
aumentar todos os dias em nossa cidade? Não,
eu não quero!